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Sarcopenia, sabe o que é?

seg, 05/02/2024 - 15:30 -- Divercidades
Categoria: 
Créditos: 
Alle Tavares

Edição 66/2023
Texto: Juliana Carvalho

Você já ouviu falar em sarcopenia? O nome difícil traduz uma queixa muito comum entre os idosos: o cansaço e a dificuldade em realizar tarefas simples do dia a dia, como caminhar ou subir uma escada. Mas conhecer mais sobre a doença e, principalmente, caminhos para a prevenção, pode ser a chave para uma população que caminha cada vez mais rumo à velhice, afinal, envelhecer com saúde é o que todo mundo deseja!Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em dez anos, houve um aumento da proporção dos idosos no Brasil. Em 2012, o grupo representava 7,7% da população, já em 2022, o índice de pessoas acima de 65 anos chegou a 10,5%. E se os brasileiros estão vivendo mais, os cuidados com essa fase da vida também devem ser ampliados. O médico geriatra Gustavo Lacerda explica os impactos da sarcopenia.
Podemos ter perda de peso pela redução da massa magra, redução da força, perda de equilíbrio e dificuldade para caminhar, com aumento do risco de quedas e, consequentemente, aumento do risco de fraturas”, conclui.Apesar da ocorrência ser maior entre os idosos, há casos de sarcopenia em indivíduos mais jovens, principalmente, em decorrência de alguma doença ou imobilidade total ou parcial, como no caso de uma internação hospitalar.  O professor de Educação Física, Rafael Kohler, ressalta que não é preciso esperar chegar à terceira idade para ligar o sinal de alerta. “A partir dos 30 anos, a gente começa a ter uma redução de massa muscular de 1% a 2% ao ano. Depois dos 50, esse percentual aumenta, daí a ocorrência maior da sarcopenia em idosos. Por isso, se nos atentarmos para três pilares: atividade física, alimentação equilibrada e hábitos de vida mais saudáveis, é possível evitar os impactos dessa perda ao longo dos anos”, explica o professor.
Rafael destaca também a importância da inclusão da atividade física na rotina, ainda que seja aos poucos. “Muito se fala sobre o número ideal, mas existem as recomendações e a nossa realidade. As pessoas ficam esperando um cenário ideal para começar e acabam não fazendo nada. Então, se conseguir fazer algo de duas a três vezes na semana, faça. Com certeza, duas é melhor do que uma e uma é melhor do que nada!”, aponta.

Alimentação como cuidado preventivo
A alimentação é peça importante quando o assunto é perda de massa muscular. A nutricionista Veridiana Sass esclarece que a atenção não deve ser apenas ao consumo de proteínas, mas também a outros aspectos. “É preciso entender a importância da ingestão nutricional como um todo. A proteína tem um papel fundamental, mas a ingestão dos macro, como o carboidrato, e dos micronutrientes, como vitaminas e minerais, também precisa estar adequada”, avalia.

A análise da rotina alimentar aliada a exames clínicos são algumas ferramentas que irão indicar a necessidade ou não da suplementação. “Existem no mercado várias opções de suplementos para o aporte proteico, como o Whey Protein. Mas há outras opções para pacientes que não consomem lácteos ou os que sofrem de alguma alergia. Há, ainda, os aminoácidos essenciais e a creatina, que além de aumentar a performance no treino, tem um papel de auxiliar na hipertrofia muscular”, explica.

Superando a Sarcopenia
Apesar das limitações que a doença traz, é possível sim conseguir reverter o quadro. Aos 53 anos, Esthefania Henrique desenvolveu a sarcopenia após um tratamento para o câncer de mama. “Eu tinha 47 anos quando descobri o câncer, logo comecei a quimioterapia e foi um baque. Mexeu com todo o meu organismo. Perdi peso, não conseguia me alimentar direito, então, tive muita perda de massa muscular”, relembra.

Após iniciar acompanhamento com nutricionista e fazer suplementação alimentar, Esthefania conta que a melhora foi sendo percebida e que, hoje, após a cura do câncer e o fim do tratamento em 2018, tem uma vida normal, mantendo os cuidados com a saúde. “O tratamento nutricional fez toda a diferença na época. Passei a tomar colágeno, ômega 3, vitamina D, entre outros suplementos. Sigo o acompanhamento com a nutricionista, voltei à musculação, faço caminhadas e, graças a Deus, tenho muita vitalidade”, afirma.
Padre José Luiz, conhecido pela atuação durante anos à frente da Paróquia São João Batista, também teve que lidar com o diagnóstico da sarcopenia. Ele conta que um dos sintomas foi a dificuldade em manter a rotina de caminhadas. “Estou com 83 anos e sempre gostei muito de andar. Mas, ultimamente, vinha tendo muito cansaço e já não conseguia mais fazer os mesmos trajetos de antes”, revela.
O médico Gustavo Lacerda, responsável pelo acompanhamento do padre, conta que alguns fatores como a queda da própria altura com fratura e imobilismo (devido ao tempo acamado para recuperação), acentuaram a perda de massa muscular.
O tratamento dele foi baseado em melhora da dieta, exercícios diários e controlados pela fisioterapia e suplementação adequada. Em quatro meses, ele apresentou uma melhora significativa, voltou a caminhar com segurança, retornando com suas atividades paroquiais, autonomia e melhor qualidade de vida”, detalha.

Envelhecer com saúde e disposição: sim, é possível!
O sedentarismo e a má alimentação nunca fizeram parte da realidade de Maria Cecília Silvestre. Hoje, com 78 anos, ela colhe os frutos das boas escolhas ao longo da vida e mantém uma rotina ativa que inclui atividade física pelo menos quatro vezes na semana.
Foram mais de 30 anos dedicados ao magistério e nunca gostei de ficar parada. Depois que me aposentei, comecei a me dedicar mais aos exercícios e digo que não sei se me sinto bem porque me movimento ou se me movimento porque me sinto bem”, diverte-se.
As idas à academia para fazer musculação e  treino funcional são feitas a pé. “Um é pertinho da minha casa, o outro já fica a cerca de um quilômetro. Me sinto muito bem estando nesses ambientes, interagindo com pessoas diferentes de mim, com outras idades, é bom para o físico e para a mente”, garante Cecília, que não descuida dos cuidados pessoais, com uma alimentação equilibrada, mas sem restrições, para continuar envelhecendo com saúde. 

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