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Colunistas sociais macaenses

qua, 30/04/2014 - 10:31 -- Luciene Rangel
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Créditos: 
Fto Gianini Coelho
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Personalidades famosas, histórias interessantes, registros de eventos... O colunismo social é isso e muito mais. Nesta edição, eles estão em pauta, falando sobre a atividade, seu charme e suas complexidades. Todos os dias, os jornais da cidade trazem em suas páginas notícias de todo tipo. Quebrando um pouco a rigidez do dia a dia estão as colunas sociais que seguem basicamente o mesmo padrão, trazendo pessoas e acontecimentos com enfoque geralmente leve e agradável. Claro que nem sempre o colunismo social transita pelas mesmas estradas. Há aquelas notas que registram acontecimentos importantes, com a liberdade de um comentário, um toque de personalidade de quem assina.

Há muito o formato de registro de badalações, ti-ti-ti e disse me disse deixou de ser praticado. As colunas sociais, de certa forma, ganharam status de espaços também para informações de cunho extra social, sendo uma realidade recorrente notas com “furos de notícias”. Essa evolução, somada ao carisma, à visibilidade e ao “poder”, fazem do colunista ponto-chave dos noticiários, sobretudo do interior, onde tudo acontece ao mesmo tempo e agora, numa miscelânia informativa que atrai, conquista e é alvo de desejo daqueles que gostam, precisam ou merecem ser notícia.

Em Macaé, o colunismo social é uma realidade das mais apreciadas. Os jornais locais trazem nomes conhecidos assinando espaços sociais, disputados e esperados. Todos querem ver quem são os “famosos” da vez. Orquestrando alguns destes destaques sociais estão Isis Maria Borges Gomes, Kátia Golosov, Denise Rangel, Kelvin Karvalho e Marli Simas que cumprem com maestria e profissionalismo o papel de evidenciar pessoas e acontecimentos.

Inicialmente voltado para a high society, esse tipo de coluna era, e ainda é, identificada por registrar o “grand monde” ou “café soçaite”. Nomes como Ibrahin Sued, Hildegard Angel, Heloísa Tolipan, Márcia Peltier, César Giobbi, Amaury Jr., Joyce Pascowitch, Karen Kupfer, Lu Lacerda e Ancelmo Góes foram ou são destaques, nacionalmente, como colunistas sociais importantes, num processo que, ao longo dos anos, acompanhando as transformações engendradas na sociedade, vem se transformando. Em Macaé, Sérgio Quinteiro, Ely Peron Frongilo, Alba Valéria e Paulo Só fizeram história. História esta que continua sendo escrita ainda por Gustavo Albuquerque, Lilia Vídeo, Rael Júnior e alguns outros colunistas que povoam as páginas e a leitura da população.

Segundo os professores e pesquisadores da área de comunicação social, Raquel Paiva e Muniz Sodré, “as colunas de hoje têm privilegiado mais os assuntos ligados à política e à economia. As antigas temáticas como festas e estilo privilegiado de vida não desapareceram das colunas, mas perderam muito do brilho que tiveram no passado”.
Cada colunista imprime em seus textos personalidade e características tornando-os únicos e inconfundíveis. Diariamente, os principais veículos da cidade trazem em suas páginas fatos e fotos sociais, apresentando e registrando o que e quem acontece. De tão influentes, esses profissionais ganharam uma homenagem no calendário, 8 de dezembro, quando comemora-se o Dia Nacional do Colunista Social.


O carisma de Isis Maria

Foto Santiago

isis maria com a famíliaA macaense Isis Maria Borges Gomes assina, há quase 30 anos como colunista social do jornal O Debate, uma trajetória recheada de muitas boas lembranças e construção de uma carreira respeitada e reconhecida. “O colunismo aconteceu em minha vida muito por acaso. Me formei em jornalismo em Brasília/DF, onde morei por seis anos. Ao retornar a Macaé, não me senti a vontade para atuar nos jornais que, na época, tinham cunho político-partidário. Um dia, o diretor de O Debate, Oscar Pires, me convidou para ser colunista do jornal. Assim, o colunismo social entrou na minha vida. De início, o convite não me agradou muito, justamente por eu duvidar do profissionalismo de uma coluna social. Por isso, ao aceitar o convite, resolvi fazer uma experiência e usar um pseudônimo pois, se eu não me adaptasse, pararia de escrever sem que ninguém soubesse. Usei ‘Maria Maria’”, recorda.

Para Isis Maria, a coluna social é um espaço onde pode defender ideias, divulgar belezas, mostrar bons exemplos de vida, dar opiniões, sempre com profissionalismo. “Está longe de ser o meu forte, mas aprendi muito com a minha coluna.” E ela conta: “O colunismo tem o seu lado glamuroso, sim. Mas não me atinge. Procuro desmitificá-lo. Sinto-me prestigiada, mas isso não confunde a minha cabeça, pois estão bem claros dentro de mim os valores de amizade e a diferença dos relacionamentos profissionais. Amigo está no meu coração, os conhecidos, por força do trabalho, têm apenas meu sorriso e meu profissionalismo.”

Isis Maria é referência em colunismo social, não só pelo tempo de atuação, mas pelo carisma e atenção que destina. Por suas mãos, passaram algumas indicações de colunistas hoje no mercado, como é o caso de Kátia Cure, assim como foi responsável pela sementinha plantada em Denise Rangel, que já soma 16 anos de boas colunas. Realizada? Pergunto. E ela responde, com a inquietude que lhe é particular: “Ainda não. Cada dia eu quero mais. No momento, estou de olho em um curso em São Paulo. Não o fiz ainda porque são 30 dias intensivos e ainda não encontrei brecha no meu trabalho no jornal”. Isis Maria é responsável também pela editoria do Caderno Dois.


Kátia Golosov Cure 

Foto arquivo pessoal Kátia Cure

kátia cureResponsável por duas colunas sociais no jornal O Debate, Macaé Fashion (quarta-feira) e O Debatinho (domingo), com enfoques bem diferentes, a macaense Kátia Golosov Cure é exemplo de colunável que soube muito bem passar a atuar como colunista. Há 14 anos, foi convidada por Oscar Pires, diretor do jornal, a escrever uma coluna destinada ao público infantil, uma atividade que teve todo o apoio da também colunista e amiga de longa data, Isis Maria. “Ser colunista é muito legal”, afirma Kátia, mencionando ainda a existência de um lado menos glamuroso.

Segundo Kátia, muitas pessoas solicitam veiculação de fotos em suas colunas, razão que a faz se sentir privilegiada. “Mães corujas, aniversariantes, pessoas amigas ou não tão próximas, eventos como bodas... recebo solicitações diversas para as colunas”. E ela recorda um fato interessante: “Encontrei uma criança que coloquei na minha coluna no shopping. Ela me reconheceu e não queria mais me largar. A mãe ofereceu de tudo para o pequeno, mas ele passou a tarde toda buscando minha atenção, querendo inclusive ir dormir em minha casa. Achei extremamente gratificante ver meu trabalho valorizado. Até que prometi que passaria um dia com ele, convite prontamente aceito. Marcamos e o dia foi muito feliz, dinâmico, com um monte de brincadeiras. Foi super legal!”

Para Kátia uma coisa a aborrece: a troca de nomes de colunáveis. “Embora ache até normal confundir ou trocar algum nome, ninguém entende que nós colunistas somos seres humanos transbordando de informações e passíveis de erros. Só uma coisa me indigna mais, nome de criança trocado. Mas também acontece”, relata. Kátia é uma pessoa alegre, cheia de energia e tem um desejo ainda não realizado. “Tenho tudo para me sentir realizada, mas gostaria de fazer uma faculdade de Economia. Sair para estudar significaria deixar marido, filhos e parentes. Ainda espero que venha o curso para Macaé.” Nós, da DiverCidades, estamos na torcida para que ela realize, muito em breve, mais este sonho.


O descolado Kelvin Karvalho

Foto arquivo pessoal Kelvin Karvalho

kelvin karvalhoEstilo descolado e personalidade marcante fazem de Kelvin Karvalho um colunista diferenciado. E foi justamente este perfil que o levou a assinar uma coluna social no jornal O Debate. Natural de Lavras/MG, Kelvin reside em Macaé desde os oito meses e sua história com as páginas de jornal começou pelas mãos de uma amiga, e então editora do Diário de Macaé, Tereza Clark. “Escrevo no jornal há 13 anos. Sempre trabalhei em meios de comunicação. Em 2000, fui convidado a escrever no extinto Banana Society. Fiz uma ou duas colunas que nunca me pagaram. Em 2001, Tereza Clark, então editora de O Debate, me ligou e falou que tinha uma boa ideia pra mim. Conversamos e ela me convenceu a trabalhar como colunista, pedindo que fosse num formato diferente, aproveitando minha experiência e jeito mais descolado. E assim aconteceu Kelvin Karvalho.”

No começo, a coluna era veiculada duas vezes por semana. “Desde aquele tempo, já achava ser complicado escrever sobre vida social pela falta de material. Sempre dizia que Macaé não tinha socialites, nem vida social no estilo de outras cidades como Campos, onde as pessoas são valorizadas pelo sobrenome. Na época, eu dizia que na cidade só havia uma socialite. Em pouco tempo, isso gerou desconforto e resolvi transformar minha coluna em notícias baseadas na cidade, no Brasil e no mundo.”

Segundo Kelvin, o reconhecimento veio logo no início, quando a MK Turismo do Rio de Janeiro, através de um conhecido aqui na cidade, o convidou a participar do vôo inaugural do Boeing 777 com destino a Orlando, passando por Miami. Em 2004, através do presidente da extinta empresa aérea TEAM, que fazia a ponte aérea Macaé x Rio, foi convidado a conhecer a Ilha de Caras, em Angra dos Reis, sendo notícia na revista.

Kelvin afirma que o trabalho aqui na cidade não é fácil, por ser resumido em política, comércio e reclamações. “Foi por aí que conheci minha amiga Dice, muitas vezes citada em minha coluna ‘Dice me disse...’”, revela, sendo este o seu canal para ser a voz das pessoas nas ruas. E Kelvin destaca: “Lógico que gostaria que tivessem mais festas poderosas na cidade, mostrar o mundo das pessoas. Mas exerço com carinho. Talvez, se eu fosse ‘arroz de festa’, teria mais assuntos da terrinha na coluna. Mas recuso convites de última hora e não vou à festas ou eventos em que não sou convidado, assim como não acredito que qualquer evento seja notícia que interesse aos leitores.”

O colunista afirma sentir-se realizado, apesar de já ter pensado em parar. “Tudo na vida tem início, meio e fim. Tudo é um ciclo. Como o colunismo me tornou uma pessoa conhecida, eu pensei: parar por quê? E aqui estou, escrevendo e curtindo a vida! O resto, Dice me disse...”, diverte-se.


Denise Rangel sempre em voga

Foto arquivo pessoal Denise Rangel

denise rangel“Se eu não fosse colunista, certamente seria colunista. E com muito orgulho.” Assim, Denise Rangel se descreve realizada profissionalmente, confirmando o que seus leitores percebem a cada nova coluna semanal, que o trabalho é feito com dedicação, prazer e comprometimento. Entre altos e baixos, ela mantém a coluna há 16 anos. Essa história começou meio que por acaso, apesar dela não acreditar nela, ao atuar como colaboradora de Isis Maria e Sérgio Quinteiro. “Tudo começou em 1998 quando passei a registrar os acontecimentos sociais da cidade em fotografias, que eram aproveitadas por dois grandes colunistas: Isis Maria Borges e Sérgio Quinteiro – queridos como eles só!”, compartilha. Ela recorda que, no final deste mesmo ano, recebeu a proposta para escrever uma coluna própria. “Pronto! Ali começava uma história de amor, comprometimento e muito, muito carinho para com os eventos da nossa Macaé que, ao longo desses 16 anos, contaram um pouco da história social da cidade, com muita irreverência e sempre com pitadas de bom humor”, recorda essa campista com coração e alma macaenses, que assinou Em Voga e hoje usa o próprio nome em suas colunas.

Quando estava no jornal O Debate, Denise escrevia três vezes por semana, sendo uma delas, aos domingos, direcionada às crianças. Em 2001, o jornal Diário Norte e Noroeste Fluminense fez uma oferta de trabalho. “Achei que seria a hora de ir um pouco mais longe. Aceitei o desafio! Tempos depois, o jornal Diário Norte e Noroeste foi dividido e nasceu o Diário da Costa do Sol”, periódico onde todas as terças-feiras as colunas de Denise Rangel são veiculadas.

Dois prêmios de melhor colunista do ano, um pelo O Debate e o outro pelo Diário Norte e Noroeste, são motivos de muito orgulho.“Adoro o que faço. Faço da forma que tem a ver comigo, e desde o começo. Não tenho um critério engessado na escrita. Só tive um editor que tentou me esculhambar... Um belo dia, abri o jornal e a minha coluna estava nos classificados. No primeiro momento fiquei chateada mas, como tudo passa, isso também passou.”


O estilo nobre de Marli Simas 

Foto arquivo pessoal de Marli Simas

Marli simas colunista de macaéHá 10 anos atuando como colunista, Marli Simas assina a coluna Estilo Nobre no jornal Diário da Costa do Sol e no site Macaé News. Ser colunista, para ela, é a realização de um desejo antigo. “Quando trabalhei no jornal Zero Hora-RS admirava muito o trabalho de uma colunista social. Desde então, me encontrei na profissão e hoje acredito ter um trabalho de respeito e credibilidade, não somente em Macaé, mas também em cidades vizinhas. Por participar sempre de eventos sociais na região, o jornal Diário me convidou para atuar como colunista. De lá para cá, nunca mais parei de fazer o que amo como profissão”, compartilha essa sulista, natural de Santana do Livramento.

Há 14 anos em Macaé, Marli revela ser realizada e ter seu trabalho reconhecido. “O reconhecimento é diário. Seja na rua, no salão, em um evento social... O retorno vem sempre em forma de carinho.” Marli afirma conduzir seu trabalho sempre baseado na ética profissional, o que, segundo ela, ajuda muito a desenvolvê-lo de forma serena e objetiva. “Tenho respeito e admiração dos colegas de trabalho e leitores da minha coluna e isso basta para me fazer feliz como profissional. Sou muito grata a todos que admiram, acompanham e reconhecem o meu trabalho”, destaca Marli.

Por esse país afora, existem muitos herdeiros de Ibrahim Sued, considerado o “pai” do colunismo. Foram 45 anos na imprensa nacional, indo muito além da criação de um estilo próprio. Ele reinventou a forma de abordar os fatos políticos e a vida de pessoas públicas, influenciou gerações de profissionais e ajudou a consolidar um gênero antes desvalorizado pelos jornais: o colunismo social.

Expressões dele foram propagadas por anos. Sua marca registrada – “Ademã que eu vou em frente” – era uma divertida adaptação de um singelo “Até amanhã”, em francês (a demain). “Bonecas e deslumbradas”, uma dobradinha maliciosa: as primeiras, mulheres bonitas; as segundas, aquelas que só querem aparecer. “Vagões e locomotivas” era como chamava as pessoas que assumem a liderança social de um grupo ou classe. “Kar”, um sinônimo para elegante, chique. O oposto de “Shangay”, gíria criada para qualificar algo cafona, de mau gosto. Havia ainda frases “filosóficas”, como “Cavalo não desce escada”. No campo político, emplacou a expressão “padres de passeata”, com a qual ironizava a participação de religiosos na militância contra a ditadura.

Hoje, os colunistas são o “charme” do jornal, a atração a mais que um veículo oferece ao leitor. Nenhum jornal pode se dar ao luxo de não ter ao menos um colunista. E nós leitores, claro, não deixamos de acompanhar estes e outros colunistas que presenteiam nossa terra com seus registros, com olhar diferenciado, estilos únicos e muitas, muitas novidades.

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