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Crianças decepcionadas com o Brasil

qua, 09/07/2014 - 14:59 -- Leila Pinho
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Foto Eduardo Nicolau / Ag. Estado
criança chorando com a derrota do Brasil para a Alemanha

A derrota do Brasil para a Alemanha, por 7 a 1, ontem, na semifinal da Copa do Mundo deixou um sentimento de frustração e vergonha difícil de amenizar. As crianças parecem ter sofrido ainda mais com a goleada dos alemães. No Mineirão — onde o jogo aconteceu —, nas ruas, em casa, os pequenos choraram desacretidados de que não veriam pela primeira vez em suas vidas o Brasil ser campeão mundial. O sonho do hexacampeonato virou pesadelo.

Os pais sofrem em duplo: pela derrota da Seleção Brasileira e pela dor dos filhos. Nessas horas, a maior contribuição que os pais podem dar é não investir na derrota e mostrar outras perspectivas às crianças, conforme explica o psicólogo e coordenador do curso de psicologia da Faculdade Salesiana de Macaé, Marcello Santos.

“Esse é um grande desafio da educação, o de não potencializar aquilo que não tem importância vital para a criança. É importante explicar que não seremos campeões nesta Copa, mas poderemos ser em outros anos, que ainda temos um terceiro lugar para disputar e que a vida vai muito além disso. Todo mundo acordou hoje e foi trabalhar, estudar e por aí vai. A vida segue”, afirma Marcello.

A macaense Rafaela Bichara Pestana, de 7 anos, ficou tão chateada com a atuação do time brasileiro que no terceiro gol da Alemanha saiu da sala e deixou de ver o jogo. A menina assistiu a todas as partidas do Brasil com a mesma camisa porque acreditava dar sorte. A mãe dela, Mayara Ramos Bichara, conta como consolou a filha. “Falei pra ela não chorar e que ela ainda vai ver o Brasil ganhar muitas outras vezes. Eu procurei dizer que outras chances vão surgir. E não fiquei questionando que o Brasil podia ter ganhado para ela saber que a vida é assim: um dia a gente ganha e no outro a gente perde”, fala Mayara.

Léo fonseca com esposa e filho Leon com camisa do Brasil

O filho de Léo Fonseca, Leon Fonseca de 8 anos, também não viu a partida inteira. Léo relata que quando a Alemanha fez o primeiro gol disse ao filho que o Brasil podia recuperar. Depois do segundo e terceiro gol, Leon falou para o pai que não ia ter jeito mais e Léo ficou sem argumento. A família incentivou o filho a torcer pelo Brasil e o consolou quando o time perdeu. “No quarto gol meu filho foi para a casa do amigo e não viu o resto do jogo. Soube que ele chorou quando minha esposa foi buscá-lo. Acho que a própria situação pode ensinar à criança. Depois, conversei com ele e disse que vamos ter outras copas e busquei enfatizar alguns valores presentes no futebol e que fazem parte da vida. Disse da importância de ter persistência, de treinar e de superar as dificuldades”, conta Léo.

O psicólogo esclarece que o diálogo de iniciativa dos pais pode fazer com que a criança compreenda melhor o contexto e pense em outras coisas como a beleza da competição mundial, o reconhecimento do melhor desempenho do adversário, etc.

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