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Paulo Emílio Azevedo comemora 25 anos de carreira

qua, 12/08/2020 - 14:58 -- Divercidades
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Divulgação Paulo Emílio Azevedo
homem caminhando no parque

Paulo Emílio Azevedo lança no dia 17 de agosto seu 18° livro. Trata-se de "A esperança é um segunda-feira com cãibras" (Fundação PAz), título que, como seus feitos, traz já de antemão imensa curiosidade. Com lançamento marcado para o dia 17 (via plataforma Zoom), a obra de duzentas páginas é um dos eventos que integram a comemoração dos 25 anos de carreira desse professor cidadão do mundo. O livro, que dedica aos mais de cinco mil alunos, por onde passou ensinando e aprendendo, é o seu sexto e-book, e, o primeiro exclusivamente de Contos. 

Conhecendo mais a obra

Após concluir a redação do texto, o autor foi além e construiu uma dinâmica entre trinta e dois discentes bastante representativos. Na ocasião, cada um deles recebeu um conto para comentar, ilustrar, performar e/ou fazer anotações de forma livre. O que se tem ao final de cada texto são partes dessas considerações que o autor chamou de "Primeiro leitor". Desse modo, o inaugural se sintoniza com a ideia de conferir alto grau de reconhecimento à reação dessa leitura inicial e interpretação do aluno sobre a narrativa – a voz do aluno sempre lhe interessou. Por conta disso, o prefácio também recebeu tal tratamento, sendo assinado pelo faminto leitor Victor de Paula. Quanto ao autor, ele acredita no conhecimento como espaço do incompleto, onde esse é fruto, sobretudo, de interações e não apenas da solidão.

A obra está composta em trinta e um textos distribuídos em: prólogo, seguido de párodo, cinco episódios intitulados (“Texturas do devir”; “Conversas (a)fiadas no pilotis”; “Tons pastéis de durée”: Partículas de ágon” e “As crianças e outros mundos possíveis de eudaimonia”). Em especial neste último, dedicou-se cada conto à memória de Manoel de Barros – aquele que nunca se distanciou da infância. Entre os episódios, intercalam-se estásimos e, por fim, o epílogo como êxodo. Apesar do arquétipo do livro configurar formato aristotélico de tragédia grega, a influência das fábulas adota além da presença do ágon também uma aproximação com o durée em Bergson, o devir em Deleuze, a crueldade em Artaud e a busca por uma linguagem que lhe confira a identidade emiliana.

Nesse trânsito, as personagens interagem com o tênue espaço entre o bisturi testemunhado o primeiro choro e o corpo dando adeus na forma de pranto. Entre uma extremidade e outra, pode acontecer a revelação de outra personagem, cujas características destoam da catatonia teatral/literária que ainda se faz tão contemplada. Ela, uma anti-heroína, decidiu entrar em ação com a fim de desmascarar uma vilã — sem escrúpulos mas, muito sedutora — que vem, segundo o autor, há tempos adestrando a nossa passividade. Mais que isso, corroborando no adiar do nascimento de outro tecido social, afetivo e estético no cotidiano.

Para Paulo, a esperança é uma forma sutil de controle, biopoder que atua no ventre da insegurança à adoração de um retrato de mundo idealizado, fetichizado e prometido. Imagem ou souvenir recorrente ao apelo da compra dos serviços de um Deus inventado que prometera salvação desde que verificável plena obediência. A esperança é a irmã siamesa do medo, nutre-se da tristeza e promete um futuro – “cadê?” Ele nos cutuca. Foi, pois, preciso desmascará-la, enfrentá-la e quem sabe, matá-la. Mas, logo de primeira lança e não por última ordem como, em geral, se é acometido por tal deslumbre. Paulo nos convida à contramão: “Chega de cãibras, caminhemos com dignidade!”

Conhecendo mais o autor

Professor, Pós Doutor em Políticas Sociais e Doutor em Ciências Sociais com especialização em Antropologia do Corpo e Cartografia da Palavra. Escritor, criador no campo das artes cênicas e consultor na área de Educação e Cultura, cuja pesquisa tem por objetivo refletir sobre outras formas de comunicação aos diversos protagonismos e redes de sociabilidade na sociedade contemporânea. Recebeu diversos prêmios, entre eles “Rumos Educação, Cultura e Arte” (2008/10) através do Instituto Itaú Cultural e “Nada sobre nós sem nós” (2011-12) no âmbito da Escola Brasil/Ministério da Cultura. Sendo um dos introdutores das práticas do poetryslam no Estado do Rio de Janeiro, vem desenvolvendo uma série de ações no campo da palavra falada e performance poética. Em 2018 representou o país na Journée d’Etudes Cultures, arts et littérature spériphériques dans lês Amériques: une approche transnationale de La production, La circulation et La réception em Lyon (França). Tem dezessete livros escritos, sendo três bilíngües. Coordena a Rede Cia Gente e orienta conteúdos para Fundação PAz - plataforma que registra e protege sua produção  intelectual. Com esse completa dezoito livros publicados. É pai de Hiago; sua obra-prima.

Obras anteriores

"Diariologismos", 2020

"50 poemas para esquecer o ontem", 2020

“O Andarilho”, 2019 (port/es)

“Quarenta e três ou quatro formas de nascer”, 2019

“Um corpo e uma voz: a cidade como obra de arte”, 2018 (port/fr)

“Depois do silêncio, uma obra prima de amor ou ódio”, 2018

“Versos sem fim”, 2018

“Depois dos vinte, prometo escrever o romance e me chamar Machado de Azevedo”, 2017

“O amor não nasce em muros”, 2016

”Ensaios de um poeta só”, 2015 

“Notas sobre outros corpos possíveis”, 2014 

“Tagarela, o penúltimo registro do slampoetry no Brasil”, 2014 (org.)

"Palavra projétil, poesias além da escrita”, 2013 

“Membros, a história de um corpo político que dança”, 2009 (org.) 

"Meninos que não criam permanecem no C.R.I.A.M.”, 2008 (port/fr)

“A descoberta de talentos nas escolas municipais de Macaé”, 2002

“Dança de rua contando histórias”, 2000

Serviço:

Lançamento do livro "A esperança é uma segunda-feira com cãibras" (e-book)

Autor: Paulo Emílio Azevedo 

Capa e projeto gráfico: Filipe Itagiba

Revisão: Mariana Belize

Data: 17 de agosto, a partir das 19h

Local: acessar www.fundacaopaz.com para baixar o livro (gratuito) e, em seguida, clicar na senha (ao lado da capa do livro) para assistir ao lançamento via Zoom.­

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