No engarrafamento causado por um acidente de trânsito nesta terça-feira, dia 21 de fevereiro, na Rodovia Amaral Peixoto nos Cavaleiros, em Macaé, um fusca chamou a atenção dos motoristas. Mas, não é qualquer fusca e, sim, um fusca 1973 rat look, que segundo as explicações do dono, Vítor Leão, 25anos, segue um estilo “ratão”, com aparência de detonado por fora, sem perder o charme, também por isso.
“Uma vez estava no Rio e fui numa feira de fuscas, vi alguns enferrujados e fiquei doido. Daí pensei consigo fazer isso no meu fusca e não vou precisar gastar muito. Eu falo pra todo mundo que eu não tenho um carro, eu tenho um fusca e ele é uma máquina de fazer amigos”, comenta Vítor, que trabalha como estoquista no Seu Adonias Botequim em Macaé. Ele mora em Macaé de segunda a sexta-feira e volta todo fim de semana para Trajano de Morais, cidade onde nasceu e que se orgulha muito.
O fusca foi o primeiro carro de Vítor, que antes disso foi de seu pai. Ele comprou o carro do pai, por R$ 1.000,00 e desde 2011 investiu para consertar a parte mecânica do veículo, que estava bem prejudicada, assim como regularizar a documentação. O jovem gosta do automóvel como está, com aspecto de já bem usado e garante que prefere assim do que um novinho. Para ele uma das maiores vantagens em ter um automóvel diferentão é que fazer amizade se torna algo muito fácil. "Várias pessoas vem conversar comigo por causa do fusca. Onde passo faço amizade", diz.
O fusca quebra mesmo a rotina dos olhares da rua, isso porque ele tem boa parte da sua lataria enferrujada, naturalmente, e carrega muitos objetos e acessórios diferentes. Na parte de cima do carro, por exemplo, se vê duas malas (uma grande e outra pequena) antigas, uma prancha de surfe, um cavaquinho, uma bicicletinha e até uma calota de fusca. Na parte de trás do carro, onde fica o motor tem mais mala antiga e até um skate. Na lateral, várias tampinhas de garrafa retorcidas dão um acabamento todo “diferentão”. E, não falta criatividade pra compor a personalidade desse fusca, até sirene e farol de milha perto do retrovisor direito, ele tem.
E sabe como Vítor conseguiu esses objetos todos para compor o visual estilosão do fusca? Com doações. “Eu postava no facebook que precisava de objetos assim usados mesmo, tipo prancha, calota de fusca e a galera ia me ajudando. O divertido no carro pra mim é levar coisas ali do passado e que talvez ninguém dê valor, mas que vira atração por onde eu passo. Tenho a bicicletinha da Dona Marchinha, lá de Trajano de Morais, essa bike é de 1950, tenho também a mala que fica na parte de trás, que é do Sr. Epitácio, lá de Marília Mendonça, que é distrito de Trajano. Um dia desses uma pessoa veio no Seu Adonias e me perguntou sobre o carro, perguntando se eu queria um presente. Daí foi assim que ganhei o cavaquinho”, recorda.
A quantidade de histórias engraçadas e curiosas que Vítor viveu por conta do automóvel, ele já até perdeu as contas. O fusca atrai muitas atenções, mas também já foi motivo dele passar por um momento constrangedor. Há pouco tempo Vítor e um amigo estavam numa festa e ficaram com duas garotas. Ele conta que elas precisavam ir embora da festa, porque o último horário do ônibus estava próximo. “Então eu falei que as levaria em casa e que estava de carro. Quando fomos embora, nós quatro estávamos indo para o estacionamento e havia cinco carros lá. A menina que estava ficando comigo viu o fusca e disse que o carro era feio e que não entrava nele, nem pagando. Na hora, fiquei sem graça, olhei pro meu amigo e não tive como, precisei contar pra ela que aquele era meu carro. Aí, falei pra ela: — Bom, se você não quiser ficar a pé ou pegar táxi, vai ter que entrar no fusca porque esse é o meu carro. A partir dali nem quis beijá-la mais. Levei as meninas em casa e quando deixei a minha ficante disse pra ela: — Tá vendo! Você desprezou meu carro, mas mesmo assim te deixei em casa e te livre de gastar uma grana com táxi. Depois disso nunca mais a vi.”, relembra Vítor.
Ele está prestes a concretizar um sonho que é ir de fusca até o Rio de Janeiro e parar na ponte Rio Nitéroi. Lá, Vítor quer fazer um vídeo e mostrar o fusca dele, divulgando o nome da cidade natal. “Vou fazer isso em março e falar que sou de Trajano de Morais, cidade linda que tem muita coisa boa pra ver e fazer e que precisa muito ser valorizada”, fala.
Ouça e veja a potência da sirene!
Comentários
Espetacular !!!
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