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Academia dos Anormais de Macaé

ter, 09/07/2013 - 09:35 -- Divercidades
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Pessoas reunidas na praia com roupa de banho Academia dos Anormais de Macaé

Bem-estar e bom humor são os principais benefícios gerados pela Academia dos Anormais, de Macaé, garantem os próprios integrantes. A descontração toma conta do grupo que se concentra todos os dias às 7h45, na Praia de Imbetiba próximo ao final da Rua Luiz Belegard, para nadar. Faça chuva ou faça sol, eles estão lá.

A Academia dos Anormais existe desde 2001, de forma democrática, independente e sem vínculo institucional. É uma verdadeira rede social que integra pessoas em torno do mesmo objetivo, nadar. Foi criada por iniciativa dos próprios membros motivados pela solidariedade, já que algumas pessoas que nadavam na Praia de Imbetiba criaram laços e decidiram marcar a atividade no mesmo horário para que ninguém nadasse sozinho. Para fazer parte da turma basta gostar de nadar e comparecer aos encontros.

O clima de alto astral é inerente ao grupo, o que não os impede de levar muito a sério os assuntos da Academia. A turma tem presidente, hino próprio e até uma bandeira, cujo símbolo é o bem-te-vi. A ave que compõe a bandeira foi escolhida porque aparecem muitos bem-te-vis enquanto a turma nada e também, para homenagear Lenine Braga, integrante antigo que de tanto imitar o canto do bem-te-vi , acabou recebendo este nome como apelido.

O nome Academia dos Anormais pode soar um pouco estranho. Valter Bittencourt, o presidente da Academia dos Anormais, explica a origem do nome. “Nós nadávamos ali, antes de criar a Academia. A Maria Aparecida Pinto (macaense maratonista) fazia parte do grupo. Teve um dia que o mar estava com ressaca e nós resolvemos nadar assim mesmo. Como muita gente era da terceira idade, ela disse: – Vocês são uns anormais. Maria se referiu à nossa coragem de entrar no mar daquele jeito”, lembra Valter.

Sergio Marin, Lenine braga e Valter Bittencourt da Academia dos Anormais de MacaéAtualmente, a Academia dos Anormais tem cerca de 300 inscritos. Porém, aproximadamente 60 pessoas comparecem nos encontros de sábado e domingo e, cerca de 15 nadam de segunda a sexta-feira. Aos sábados, a turma prepara café da manhã especial e todos se confraternizam na praia mesmo. Os alimentos e bebidas do café da manhã são colocados na mesa construída pelo grupo, que fica na própria Praia de Imbetiba. Entre os participantes há gente de várias idades e profissões. “Tem médico, professor, empresário, gari, estudante, aposentado, enfim, pessoas de todos os segmentos da sociedade”, fala Valter.

Maria do Carmo Heringer de 73 anos, mais conhecida como Bila, integra a Academia desde a criação. “Pra mim é importantíssimo porque faz bem à minha saúde. Também é muito gratificante. Nós somos uma família. A gente brinca e faz café da manhã junto”, fala Maria. Para o mergulhador aposentado Gilberto Luiz Marins Quaresma, de 52 anos, fazer parte da Academia dos Anormais é ter mais qualidade de vida. Ele nada com a turma desde 2005. “É um estilo de vida. Fazer parte do grupo é muito bom porque isso não tem só natação, tem muito riso também. Sempre tem alguém com alguma piada para contar”, diz Gilberto. 

Para orientar a atividade, duas bóias da Petrobras que ficam no mar são usadas como referência. A primeira bóia fica a 300 metros de distância da praia e a segunda, a 600. “Cada um tem o seu ritmo e vai no seu limite. Mas, sempre tem alguém junto para acompanhar. Se aparece alguém que não está acostumado a nadar, nós emprestamos um bóia de salva-vidas para que a pessoa se sinta à vontade e ganhe resistência para nadar”, relata Valter.

Hino da Academia dos Anormais

O hino é uma paródia da marchinha de carnaval “A Turma do Funil”, repetido três vezes. Cada uma das partes tem letra e nome próprios: “Oficial”, “Corongodó” e “Bem-te-vi”.

Oficial

Eu sou da Turma de Anormais
É bom para a saúde dar um nado todo dia,
Rá – Rá – Rá dar um nado todo dia,
Nado com água quente, nada com água fria.
Eu nado sem compromisso,
Sou Anormal ninguém tem nada com isso,
Eu nado com prazer, eu nado com alegria,
Eu vibro com a nossa Academia

Corongodó

Eu vou comer corongodó
Para conseguir levantar o anjinho barroco.
Rá – Rá – Rá levantar o anjinho barroco,
Nessa abstinência to ficando louco.
O bicho dá energia
E faz sucesso aqui na nossa Academia,
Comi corongodó e fiquei tão feliz,
Que até me saiu sangue no nariz.

Bem-te-vi

Chegou, chegou o bem-te-vi,
Vem assoviando de rabinho empinado.
Rá – rá – rá de rabinho empinado,
Esse bem-te-vi é muito assanhado.
Na água vira um peixinho
Dando braçadas e balançando o seu rabinho.
É um grande gozador, igual não tem aqui,
Lenine é o nosso bem-te-vi.

Livro “Natação e Riso – Academia dos Anormais”

Em 2011, o membro e vice-presidente da Academia dos Anormais, Sergio Marins lançou o livro
“Natação e Riso! Academia dos Anormais” que conta 55 histórias vividas pelo grupo. Logo no início do livro, Sergio Marins deixa claro o espírito da turma. “Gostaríamos que, quando você fosse ler esse livro, se despisse de qualquer sentimento de rancor, de negatividade, de tristeza. Nada disso faz parte do astral da Academia. É lá que se pratica, além do exercício da amizade, um dos esportes mais saudáveis que se conhece – a natação, juntamente com outra grande marca da felicidade humana – o riso.”

Obs: Essa matéria foi sugerida por Vivian Cesar Fernandes no facebook do Grupo Divercidades.

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