Agenda cheia gera estresse infantil
Agenda cheia de afazeres, muitas cobranças e ansiedade demais. Esse quadro pode ser a realidade de vida não só de adultos, mas também de algumas crianças que por consequência acabam sofrendo o mal do estresse. Um estudo realizado pela International Stress Management Association (Isma) revelou que as críticas e desaprovações dos pais são a principal causa do estresse infantil. O Isma é uma associação internacional, presente em 12 países, sem fins lucrativos voltada para a pesquisa e desenvolvimento da prevenção e do tratamento do estresse. A pesquisa mostra, ainda, que das crianças brasileiras analisadas entre 7 e 12 anos, a maior causa do estresse é o excesso de atividades diárias.
De acordo com Sônia Mussi, psicóloga especializada em saúde infato-juvenil, os sinais do estresse nas crianças variam entre emocionais, comportamentais e físicos.
Os sintomas do estresse infantil podem se manifestar por meio de:
- Irritabilidade;
- Agressividade;
- Dificuldades no relacionamento com os colegas;
- Mudança no apetite;
- Choros;
- Medos;
- Dores físicas mesmo sem haver doença;
- Pesadelos;
- Desatenção.
As pessoas mais próximas da criança, como pais e professores são fundamentais para identificação dos sintomas. Se essas características se manifestarem, é melhor procurar o acompanhamento de um profissional de saúde.
Segundo Sônia Mussi, a criança precisa de limites e disciplina, mas não de maus tratos e gritos. “É preciso dedicação, paciência, compreensão, respeito e amor para educar. Os pais precisam cuidar do seu próprio estresse para servirem de modelo para os filhos. Quando os pais agem com ansiedade ou de forma agressiva diante de uma situação complicada ou do dia a dia, os filhos terão a tendência de repetir o mesmo padrão de comportamento”, revela. Para tornar a criança menos sensível ao estresse, a psicóloga recomenda aos pais adotarem atitudes positivas, ter prazer e alegria em estar juntos, incentivá-la a aceitar e encarar os desafios de forma simples e realista e desenvolver a autoestima dela.
Conhecer melhor o filho, participar efetivamente da vida dele, respeitar sua personalidade e espaço e dar suporte ao crescimento, pode ser um bom começo para evitar o aparecimento do estresse e outros problemas. “Um distúrbio emocional não tratado pode trazer consequências mais sérias na infância porque a criança ainda está em processo de formação. Pode, por exemplo, interferir na habilidade de absorver o que há de bom na vida”, alerta a psicóloga.
