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Obesidade infantil

seg, 09/09/2013 - 10:05 -- Leila Pinho
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Uma em cada três crianças brasileiras de 5 a 9 anos estava acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2009, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde.

Se não houver controle de peso e adoção de hábitos de vida mais saudáveis, a criança que está acima do peso pode se tornar obesa. Veja na tabela abaixo quais são os índices que determinam o sobrepeso ou a obesidade, de acordo com o sexo e a idade, dos 6 aos 15 anos. Para chegar ao resultado é necessário calcular o Índice de Massa Corpórea (IMC). O IMC é determinado pela divisão da massa, em quilogramas, pela altura, em metros, ao quadrado. Por exemplo, uma menina de 10 anos com 1,30 m e 49 kg, tem IMC de 29,0 ► 49: 1,302 = 29. Para essa idade, meninas com IMC de mais de 23,2 são consideradas obesas. 

Fonte: OMS/WHO/2006  - Minitério da saúde (MS)

tabela de sobrepeso e obesidade infantil

 

A realidade brasileira leva a um questionamento. Afinal, por que as crianças estão engordando tanto? Segundo a endocrinologista e nutricionista Lila Terra Valente, da Clinicmed de Macaé, a maioria dos casos de obesidade infantil tem como causa os maus hábitos alimentares. “Os pais são o espelho dos filhos. Então se eles são obesos, a criança provavelmente também será”, diz a médica.

O cuidado com a saúde, ainda na gravidez, também pode influenciar. No último trimestre de gestação, recomenda-se que a grávida evite o ganho excessivo de peso. O bebê que nasceu desnutrido está mais propenso a ser obeso porque a memória celular registra a privação alimentar vivida ainda dentro do útero e, a ao nascer, a criança tende a agir de modo compensatório e comer mais.

Nos dois primeiros anos de vida, a alimentação também exerce importante papel. Dos 0 aos 6 meses, o aleitamento materno deve ser exclusivo. Isso significa que o recém-nascido não precisa de mais nada, além do leite materno. A partir dos 6 meses até os 2 anos, seguir a orientação do pediatra referente à alimentação pode ajudar a prevenir o ganho excessivo de peso.

Endocrinologista e nutricionista Lila Terra Valente da Clinicmed de MacaéO sedentarismo é o outro vilão da obesidade. “A forma de brincar mudou muito. Hoje, muitos meninos e meninas ficam na internet, brincam em casa, jogam videogame e não se exercitam tanto. Fazer atividade física é fundamental”, fala Lila. Às vezes, aspectos psicológicos também podem causar o ganho de peso. De acordo com a psicóloga Rita Ribeiro Silva, dificuldades de adaptação e ansiedade podem levar a criança a comer mais para acalmar suas emoções ou lidar com frustrações.

Resolver o problema da obesidade infantil fica mais fácil se toda a família se envolver com as mudanças de hábito.  “A casa toda tem que emagrecer. Os pais e os irmãos, também. A reeducação alimentar e a prática de alguma atividade física junto com trabalhos motivacionais vão fazer com que a criança se sinta mais estimulada a perder peso”, afirma a endocrinologista.

“Geralmente, o menino ou a menina com excesso de peso tende a se isolar ou se relacionar com grupos pequenos. Algumas demonstram comportamento agressivo por serem vítimas de piadas e discriminações. Na convivência com outras crianças, o obeso é motivo de risos e apelidos desagradáveis. Emocionalmente, esta criança fica fragilizada e angustiada”, explica a psicóloga. Discriminar a criança por estar acima do peso, dentro do ambiente familiar, não é um bom caminho. É importante que ela seja aceita pelos parentes mais próximos como é. Porém, também é responsabilidade da família conscientizá-la de que o emagrecimento vai proporcionar mais bem-estar físico e mental.

Algumas dicas simples de reeducação alimentar e de comportamento podem ajudar a criança a perder peso e ganhar mais qualidade de vida. Veja abaixo.

  • Comer de três em trem horas;
  • Evitar comer com a TV ligada para que a criança observe mais o que ingere;
  • Manter horário regular para as refeições;
  • Evitar alimentar-se em horário próximo ao de dormir;
  • Dar preferência à alimentação mais caseira;
  • Incluir mais peixe nas refeições. Três vezes por semana é uma boa frequência de ingestão deste alimento;
  • Evitar tomar muito líquido durante a refeição;
  • Comer carne vermelha magra duas vezes por semana, já que o alimento é fonte de vitamina B12 e ferro;
  • Não deixar estoque de guloseimas em casa, assim a criança não verá a comida e ficará mais fácil de evitar a ingestão de alimentos muito calóricos;
  • Se os pais preferirem, a criança a partir de 2 anos pode usar adoçante a base de sucralose em vez de açúcar;
  • Permita que a criança coma, de vez em quando, um alimento de que goste muito. Faça essa refeição, de preferência, fora de casa. Dessa forma, ela não se sentirá totalmente privada, porém só comerá o alimento uma vez já que a refeição não será feita em casa.  Esta ação pode servir como estímulo à adesão da criança aos bons hábitos alimentares.

 

 

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